A história do futebol brasileiro está repleta de times que cativaram multidões e conquistaram vitórias inesquecíveis. No Rio Grande do Norte, o América-RN sem dúvida é um desses, dividindo a hegemonia no estado com seu maior rival, o ABC, o clube alvirrubro alcançou nesta sexta-feira (14), 108 anos de história e tradição.
Fundado no dia 14 de julho de 1915, por um grupo de 34 jovens estudantes, comerciários e funcionários públicos de Natal, o América Futebol Clube passou de um modesto clube social a um dos maiores do nordeste. Disputando atualmente o Campeonato Brasileiro Série C.
A princípio, o clube fundado na residência do juiz Joaquim Homem de Siqueira, situada na Rua Vigário Bartolomeu, tinha cores diferentes das de hoje. Originalmente, o América era azul e branco, mas a partir de 1918, ganhou o tradicional vermelho e branco, que reconhecemos atualmente.
Como acontece à maioria dos clubes do futebol brasileiro, o Mecão começou a sua jornada com uma competição local, o Campeonato Potiguar. Depois de vencer o seu primeiro título em 1919, o América-RN pavimentou seu caminho para, como diz a letra do seu hino “ir conquistando o coração do povo”.
Títulos e projeção nacional
Segundo maior campeão do Campeonato Potiguar de Futebol, o América-RN tem 37 títulos estaduais. Foi o Alvirrubro que conquistou a primeira edição da competição e também quem se saiu campeão da mais recente delas, de 2023.
Fora do estado, o time também foi Campeão da Copa do Nordeste de 1998. Além de ter conquistado a Taça Almir de Albuquerque, em 1973, uma espécie de torneio entre os clubes da região Norte e Nordeste.
Vale lembrar ainda que o clube é, entre os potiguares, aquele que mais figurou na elite do futebol nacional. Nesse sentido, o Mecão esteve no que podemos considerar a Série A, em 15 oportunidades.
Contudo, a última estadia no Brasileirão Série A em 2007, seria marcada de forma negativa. O time venceu apenas quatro vezes na competição, foi rebaixado de volta a Série B e a margou o pior aproveitamento da competição na época dos pontos corridos, apenas 15%. Feito que só seria ultrapassado pela Chapecoense em 2021, com apenas 13% de aproveitamento.
Após essa passagem pela Série A, o América-RN seria rebaixado para a Série B, e posteriormente C. Apesar disso, ao chegar na Série D, o América conseguiu se reerguer e conquistou o título da competição. Atualmente o clube luta para evitar um novo rebaixamento e se classificar para a próxima fase da Série C.
Arena América, a nova casa do Mecão
Localizada dentro do Centro de Treinamento do América-RN, o estádio Desembargador José Vasconcelos da Rocha é mais conhecido como Arena América. A nova casa do Mecão foi inaugurada em 2019 e atualmente tem capacidade para receber até cinco mil pessoas aproximadamente. Contudo, quando o projeto estiver inteiramente concluído a previsão é de que comporte até 25 mil torcedores.
Ídolos da história do clube
Tão importantes quanto os títulos, são os ídolos que os conquistaram e nesse sentido o América-RN tem alguns jogadores que entraram para a história do clube. Entre eles dois se destacaram a partir dos anos 90.
Carlos Moura Dourado, ou simplesmente Moura é um deles. Atuando pelo América-RN entre 1996 e 2001, o meia era muito técnico e um craque da bola parada.
O ídolo tem um título do Campeonato Potiguar de 1996 e participou com o América-RN do seu primeiro e único campeonato internacional, a Copa Conmebol 1998. Apesar disso, o clube foi eliminado na primeira fase da competição para o Sampaio Correia. Em 2001, Moura encerrou a carreira no América-RN.
Outro ídolo que marcou a história do clube como um dos, se não, o maior de todos é José Ivanaldo de Souza, ou simplesmente Souza. No meio-campo do Mecão o jogador era um maestro de qualidade indiscutível.
Durante os dois períodos que esteve no América-RN o craque disputou 79 jogos e marcou 10 gols, de acordo com o portal O Gol. Além disso, o jogador foi decisivo para o último acesso do clube a Série A do Brasileirão. Assim como Moura, Souza também era um exímio cobrador de faltas. O canhoto se aposentou em 2008.